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Ku Klux Klan

    A Ku Klux Klan (K.K.K.) ou apenas a Klan é um grupo supremacista branco norte-americano fundado em 1865-1866 na cidade de Pulanski, Tenesee. Sua origem remete às tensões da Guerra de Secessão (1861-1865) com este grupo sendo o principal expoente das intenções de parte do sul branco supremacista de promover atos racistas contra negros, judeus e outros considerados inimigos.

    Marcha da Ku Klux Klan em Wahsington, 1926. Autoria de National Photo Company Collection. Imagem retirada da Livraria do Congresso dos Estados Unidos da América: http://loc.gov/pictures/resource/npcc.16220/. Também pode ser acessada em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ku_Klux_Klan_parade7.jpg

    Costuma-se dividir a trajetória da Klan em três fases. A primeira delas é a geração de sua fundação logo após a Guerra de Secessão. Já a segunda fase remete aos anos de 1920, década na qual a Klan, explorando as tensões entre uma nação moderna a qual os Estados Unidos almejavam ser no início do século XX e a nação tradicional cresceu de alguns milhares para milhões de seguidores por todos os Estados Unidos (GRANT, 2014, p. 340). É válido lembrar que discursos de superioridade racial ecoavam também na Europa com a ascensão dos fascismos, e que foi durante esse período que o nacionalismo branco foi acrescentado à ideologia da Klan.

    Por fim, a terceira fase é datada de 1946 em diante englobando o período dos movimentos de luta pelos direitos civis, a liderança de David Duke até os dias atuais. Ao decorrer do tempo, além do supremacismo branco, anticatolicismo e antissemitismo presentes em sua fundação, elementos como o anticomunismo, o nacionalismo branco e o neonazismo foram sendo adicionados à ideologia da Klan. Durante a terceira fase, o número de membros caiu significativamente se comparado aos milhões de integrantes dos anos de 1920. Porém, sua ideologia e práticas influenciavam grupos racistas nos Estados Unidos, principalmente neonazistas que acabam levando adiante o legado da Klan (SOUTHERN POVERTY LAW CENTER, 2011, p. 45)

    Outra característica importante são suas vestimentas compostas por roupões e capuzes brancos que tem o objetivo de proteger a identidade de seus membros e amedrontar seus inimigos. Outro símbolo utilizado são as cruzes, utilizadas em emblemas, bandeiras e nas roupas. Há também a realização de rituais nos quais se costuma queimar uma enorme cruz. Embora seja uma organização que teve o seu auge na primeira metade do século XX, a Ku Klux Klan continua em atividade dialogando com outros movimentos da extrema-direita norte-americana e representando um perigo constante.

    Diego Leonardo Santana Silva
    Doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ)
    Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (PPGED/UFS)

    Referências Bibliográficas:

    GRANT, Susan-Mary. História Concisa dos Estados Unidos da América. Tradução de José Ignacio Coelho Mendes Neto. São Paulo: EDIPRO, 2014.

    SOUTHERN POVERTY LAW CENTER. Ku Klux Klan: A History of Racism and Violence. 6 edição. Alabama: The Southern Poverty Law Center, 2011. Disponível em: https://www.splcenter.org/20110228/ku-klux-klan-history-racism

    Como citar?

    SILVA, Diego L.S. Ku Klux Klan. In: ENTEMPO Enciclopédia Eletrônica do Tempo Presente. Aracaju: Getempo. Disponível em: <http://enciclopedia.getempo.org/2021/03/25/ku-klux-klan/> Verbete da Enciclopédia.