O termo neoconfederados – em inglês neo-confederate – faz referência a um ramo dos movimentos de supremacismo branco nos Estados Unidos que faz apologia aos Estados Confederados da América. Além da apropriação dos símbolos confederados, esses grupos possuem predileção pelo chamado “nacionalismo branco” e desejam resgatar os valores defendidos pelos Confederados durante a Guerra de Secessão (1861-1865).
Movimentos deste tipo apresentaram crescimento durante o fim do século XX e começo do século XXI. A apologia os símbolos Confederados nos Estados Unidos é algo polêmico já que muitos deles acabaram se associando a grupos racistas, de tal maneira que acabaram se tornando símbolos do supremacismo branco. O principal exemplo disso é a bandeira dos Estados Confederados que se transformou em um dos principais símbolos racistas da contemporaneidade nos Estados Unidos. Recentemente, movimentos para a retirada de estátuas e símbolos confederados geraram polêmica. Em 2017, o então presidente Donald Trump classificou o ato como uma estupidez e que a retirada dos símbolos era um ataque à memória norte-americana (LLANO, 2017).
A associação dessa simbologia com o racismo explicita a relação que o Sul Confederado tinha com a escravidão, que consistia em algo que estava além do sistema de trabalho, servindo mais como um modo de vida (GRANT, 2014, p. 207). Os neoconfederados foram um dos grupos que se envolveu na marcha de Charlottesville em 2017, onde ocorreu um confronto violento entre grupos supremacistas e antirracistas. Atualmente, a League of the South e o Identity Dixie são os dois principais grupos desta natureza (SPLC, 2021). Movimentos deste tipo, embora não muito numerosos, compõe o variado cenário dos grupos supremacistas norte-americanso.
Diego Leonardo Santana Silva
Doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ)
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (PPGED/UFS)
Referências Bibliográficas:
GRANT, Susan-Mary. História Concisa dos Estados Unidos da América. Tradução de José Ignacio Coelho Mendes Neto. São Paulo: EDIPRO, 2014.
LLANO, Pablo de. Trump diz que retirada de símbolos confederados é “estupidez”: Presidente dos EUA defende a permanência de símbolos ligados à defesa da escravidão na Guerra Civil. EL PAÍS, Miami, 17 de out. de 2017. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/17/internacional/1502980445_259315.html>. Acesso em 23 de mar. 2021.
Neo-confederate. Southern Poverty Law Center. 2021. Disponível em: <https://www.splcenter.org/fighting-hate/extremist-files/ideology/neo-confederate>. Acesso em 23 de mar. 2021.
Sobre a Imagem: Bandeira de Batalha dos Confederados que, embora não seja a bandeira oficial dos Estados Confederados da América se tornou um de seus principais símbolos. Atualmente, essa bandeira é um dos mais proeminentes símbolos racistas e do supremacismo branco nos Estados Unidos. Disponível em:
Como citar?
SILVA, Diego L.S. Neoconfederados. In: ENTEMPO Enciclopédia Eletrônica do Tempo Presente. Aracaju: Getempo. Disponível em: <http://enciclopedia.getempo.org/2021/03/25/neoconfederados/> Verbete da Enciclopédia.