Movimento skinhead brasileiro, dissidente do grupo Carecas do Subúrbio, que surgiu na década de 1980 e se desenvolveu nos subúrbios de São Paulo e na região industrial do ABC, sendo formado por uma base social proletária e marginalizada. Nos primeiros anos de sua formação, os Carecas do ABC sofreram grande influência do Integralismo de Plínio Salgado e, em razão disso, adotaram como lema a tríade integralista “Deus, Pátria e Família”. Posteriormente, começaram a apresentar uma postura mais radical, de caráter racista, e a utilizar a ideologia neonazista como sua filosofia.
Os integrantes dessa organização vestem-se à moda skinhead, com coturnos de ponteiras metálicas, jeans justos, jaquetas, e camisetas brancas ou de cor escura. O gênero musical associado ao movimento é uma variação do Punk rock e do Oi!, que geralmente trata de temas como o cotidiano “Careca” e incita o ódio contra grupos inimigos.
Os Carecas do ABC ganharam destaque no Brasil por sua linguagem agressiva, seu ideário fortemente anticomunista e pela intolerância em relação a negros, homossexuais, nordestinos e judeus. Atualmente, se fazem presentes em grande parte da cidade de São Paulo e em outras capitais do país.
Luyse Moraes Moura
Mestra em Educação pela Universidade Federal de Sergipe
Referências Bibliográficas:
COSTA, Márcia Regina da. Os Carecas do Subúrbio: Caminhos de um Nomadismo Moderno. Musa Editora, São Paulo: 2000.
SALEM, Helena. As Tribos do Mal – O Neonazismo no Brasil e no Mundo. São Paulo: Editora Atual, 1995.
Como citar?
MOURA, Luyse M. Carecas do ABC. In: ENTEMPO Enciclopédia Eletrônica do Tempo Presente. Aracaju: Getempo. Disponível em: <http://enciclopedia.getempo.org/2021/04/22/carecas-do-abc/>. Verbete da Enciclopédia.